Na busca, por nominar a vivencia dos 80 dias de resguardo e toda a transformação vivida pela pandemia cheguei a uma palavra – Serendipity.
A propriedade de quem age, ou encontra soluções criativas e inesperadas para problemas de forma sagaz, quando de repente, e sem querer, é capaz de descobrir algo que o faz mudar de vida, gerar a solução para problemas que pareciam insolúveis, ter respostas para velhas perguntas, encontrar um resultado inesperado para determinado caso e, ainda identificar oportunidades em problemas ou situações complexas.
Serendipity é um anglicismo, ou seja, o uso emprestado da língua inglesa para o português, que não tem uma correspondência exata, assim como saudades em nossa língua, que sempre que precisamos explicar ou traduzir para outro idioma, necessitamos usar muitas palavras, e até exemplos.
A palavra inglesa Serendipity, criada pelo escritor britânico Horace Walpole em 1754, a partir do conto persa infantil, onde 3 príncipes de Serendip, antigo Ceilão e atual Sri Lanka, viviam fazendo descobertas inesperadas, cujos resultados eles não estavam procurando realmente, e que graças a capacidade deles de observação e sagacidade, descobriam “acidentalmente” a solução para dilemas impensados. Esta característica tornava-os especiais e importantes, não apenas por terem um dom especial, mas por terem a mente aberta para as múltiplas possibilidades, segundo a Wikipédia.
Neste momento Serendipity, aprendendo a aprender, pergunto: o que faremos com tanto aprendizado? Com tanta informação? E me instigo ainda mais, refletindo que para além de tanto aprendizado, necessitaremos discernir e perceber o ambiente, saber quando muito é demais e pouco é suficiente. Saber que a tecnologia é um meio importante, e não um fim! Saber que nem toda Inteligência Artificial será capaz de solucionar dilemas existenciais, crises conjugais, perdas de entes queridos, educação de filhos e o envelhecimento de nossos pais.
Serendipity é uma possibilidade de solucionar algo não percebido, atuando e mudando o rumo das coisas com uma percepção sagaz. É a possibilidade de viver no mundo Digital, Humano e no mundo que se apresentar, seja ele qual for!
Por Luiza Ghisi