O mundo de mudanças exponenciais e sem fronteiras é definitivamente o mundo presente. A rápida velocidade impressa pela tecnologia ainda o torna mais desafiador. Falar de competências socioemocionais é falar de futuro.
Estou convicta que são elas a chave para que estejamos mais adaptados e adequados a este futuro. Esta minha sensação advém da experiência e vivência do trabalho que realizo nestes 30 anos, com desenvolvimento de pessoas e organizações, apoiado claro, em artigos, bibliografia e conversas com especialistas. Desta forma discorro este breve texto com o objetivo de chamar sua atenção para o tema e a busca do desenvolvimento destas competências.
As competências socioemocionais, são as competências que nos mostram quem somos, como agimos e que recursos usamos ao enfrentar situações, quais decisões tomamos e como, diante de fatos e, ainda como realmente performamos. Estudos comprovam que profissionais e líderes que tem as competências socioemocionais desenvolvidas são os que mais se destacam em suas entregas e melhor performam com suas equipes, negócios e carreiras.
Órgãos renomados preocupados em como direcionar o futuro de escolas e instituições para o desenvolvimento destas competências justificam a medida, devido as competências socioemocionais nos diferenciarem das máquinas, por serem elas competências da humanidade. A preocupação desta diferenciação vem com a Inteligência Artificial.
Para a sociedade em geral, o dado do Fórum Econômico Mundial, que 75% das crianças que estão nos primeiros anos escolares, irão trabalhar em empresas que ainda não existem. Desenvolver estas competências em crianças, tem como objetivo, o de prepará-las para este futuro plural. Acredita-se que com o desenvolvimento destas competências seja possível preparar o jovem para uma vida adulta e profissional, e que ele tenha capacidade adaptativa que favoreça assumir diferentes papéis e não um único como somos preparados hoje.
Seriam segundo a Teoria dos Big Five as competências socioemocionais divididas em 5 dimensões:
- Abertura à novas experiências – estéticas, culturais e intelectuais.
- Consciência – organização, esforço e responsabilidade.
- Extroversão – orientação de interesses, energia em direção ao mundo externo, pessoas e coisas.
- Amabilidade – tendência a agir de modo cooperativo e não egoísta.
- Estabilidade Emocional – previsibilidade e consistência de reações emocionais, sem mudanças bruscas de humor.
Face a está consistente tendência a recomendação ao autoconhecimento é mandatória ao desenvolvimento curricular presente e futuro. O Centro de Referências de Educação Integral também aborda a resiliência, coerência, sociabilidade e responsabilidade como pontos primordiais de desenvolvimento e fundamentação de competência socioemocional.
A autoconfiança, o autocontrole, a autonomia, a comunicação inter e intrapessoal, a cooperação, o engajamento, o interesse em aprender e a motivação são mencionados também pelos participantes da Série de Diálogos realizados pela Inpirare, Porvir e Instituto Ayrton Senna, bem como os valores: amor, gratidão, gentileza, humildade, respeito, solidariedade e senso de justiça.
E aí estamos nos perguntando…por que estas competências precisam tanto serem trabalhadas? Uma simples resposta como: Porque geram impactos positivos na aprendizagem, no desenvolvimento integral, na promoção da equidade e na mudança cultural. Simplesmente por isto. As competências socioemocionais são humanas e o humano precisa mais do que nunca ser diferenciado no processo da era digital, ou pós digital como alguns se referem.
Designar tempo e atenção ao desenvolvimento das competências socioemocionais, não importando sua faixa etária, o mercado que atua e que carreira escolheu, independente até se já se aposentou ou optou por uma 2ª carreira mais artística, não importa. O ponto de partida é o autoconhecimento, a chave na ignição do autodesenvolvimento destas competências.
Luiza Ghisi | Cuca Mundi
lughi@cucamundi.com.br